Está a causar grande controvérsia o facto de o Ministro da Saúde, Correia de Campos, ter aconselhado a distribuição aos mais pobres dos medicamentos entregues nas farmácias. Há muito tempo que uma tal solução deveria ter sido implementada. Num país doente e de doentes, onde não há português que se preze que não tenha em casa a sua farmácia, torna-se absolutamente imperioso que sejam criados mecanismos que permitam aos utentes fazer a entrega dos medicamentos de que não necessitam, dentro da respectiva validade (como não poderia deixar de ser), para posterior utilização por outros doentes carenciados. O Centro Paroquial de Carnide, através dos seus serviços médicos e de enfermagem, há muito que procede a essa recolha. Claro está que a toma dos medicamentos deve ser prescrita e acompanhada pelo médico assistente e a sua qualidade confirmada por pessoal para o efeito competente. Creio, aliás, que os medicamentos poderiam ser entregues nos centros de saúde e nos hospitais públicos, num serviço vocacionado para o efeito, que garantisse a respectiva triagem e posterior utilização pelos mais necessitados. Não se conhecem números do desperdício, mas deverão ser incalculáveis. E são soluções deste tipo que podem também conduzir a economias de muitos milhões de euros, permitindo evitar a deterioração acelerada dos cuidados de saúde prestados à população.
Há, de resto, outros domínios onde esquemas semelhantes poderiam ser concretizados pela sociedade civil, com clara vantagem para os que mais precisam. É o caso, por exemplo, do aproveitamento de livros escolares. Desta feita, deveriam ser as próprias escolas ou as autarquias locais a incentivar tais iniciativas.
CP
1 Comments:
O que est� a causar contorv�cia n�o � o facto do ministro ter aconselhado a distribui�o dos medicamentos pelos mais pobres mas sim o facto dos medicamentos (de que se estava a falar) estarem fora de prazo.
Os mais pobres precisam de medicamentos mas n�o fora de prazo esses deveriam ir direitinhos para o sr ministro.
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