23 janeiro 2007

ABORTO ... OVOS E FRANGOS

Esta questão do referendo ao aborto é de uma irracionalidade a toda a prova, porque nenhuma questão baseada em convicções pessoais tem uma resposta de “Sim” ou “Não” e como não tem, os dois lados da campanha sobre o aborto acabam por cair na demagogia expressa em posições tais como “a vitória do “sim” torna o aborto tão normal como comprar um telemóvel” (Prof. César das Neves”), “toda a gente ficou horrorizada com a execução de Saddam, mas o aborto é uma variante da pena de morte” (D. António Moreira Montes), enquanto do lado adverso a mais badalada foi a do advogado José Pinto Ribeiro que solemente proclamou “um ovo não tem os mesmos direitos de um frango”.
Gostei particularmente desta última, pois realmente se percebi a ideia é de que tal como os “direitos dos ovos não são podem ser iguais aos dos frangos”, também e analogicamente “os direitos dos fetos não podem ser iguais aos das crianças”, certamente porque o ilustre jurista sabendo da existência de uma Declaração Universal dos Direitos da Criança ..., não conseguiu encontrar uma declaração do género para os frangos, ovos e fetos!
Não sei ainda se vou votar no referendo de 11 de Fevereiro, mas se o fizer, de certeza que votarei convictamente “SIM” convencido que fui pelo insigne jurista do axioma da diversidade dos direitos dos ovos e dos frangos, embora neste caso os diferentes direitos deste últimos terminem do mesmo modo na forca (à mesa) dos humanos (ovos estrelados, cozidos, escalfados, frango assado, à passarinho, na púcara, etc.).
Realmente, não se pode levar a sério esta gente (políticos, professores, bispos, jornalistas, etc., etc.), razão porque só nos resta sorrir em silêncio!
CA