28 junho 2007
Está a causar grande controvérsia o facto de o Ministro da Saúde, Correia de Campos, ter aconselhado a distribuição aos mais pobres dos medicamentos entregues nas farmácias. Há muito tempo que uma tal solução deveria ter sido implementada. Num país doente e de doentes, onde não há português que se preze que não tenha em casa a sua farmácia, torna-se absolutamente imperioso que sejam criados mecanismos que permitam aos utentes fazer a entrega dos medicamentos de que não necessitam, dentro da respectiva validade (como não poderia deixar de ser), para posterior utilização por outros doentes carenciados. O Centro Paroquial de Carnide, através dos seus serviços médicos e de enfermagem, há muito que procede a essa recolha. Claro está que a toma dos medicamentos deve ser prescrita e acompanhada pelo médico assistente e a sua qualidade confirmada por pessoal para o efeito competente. Creio, aliás, que os medicamentos poderiam ser entregues nos centros de saúde e nos hospitais públicos, num serviço vocacionado para o efeito, que garantisse a respectiva triagem e posterior utilização pelos mais necessitados. Não se conhecem números do desperdício, mas deverão ser incalculáveis. E são soluções deste tipo que podem também conduzir a economias de muitos milhões de euros, permitindo evitar a deterioração acelerada dos cuidados de saúde prestados à população.
Há, de resto, outros domínios onde esquemas semelhantes poderiam ser concretizados pela sociedade civil, com clara vantagem para os que mais precisam. É o caso, por exemplo, do aproveitamento de livros escolares. Desta feita, deveriam ser as próprias escolas ou as autarquias locais a incentivar tais iniciativas.
22 junho 2007
21 junho 2007
Portela +1
Espanto-me por ter que dar os dois braços a torcer ante a visão estratégica de certa classe política! Num instante de relâmpago, soube entender os governos que há trinta e tal anos demoram a decisão de onde e quando fazer um novo aeroporto.
Torcendo os braços ao máximo, confirmei que os e as protegidas pelas quotas da igualdade de género rilham ossos do ofício à procura de tutano que dê mínimo sabor a sopas dadas aos pobres, no espírito de destes ser o céu seguro no trânsito entre e Ota e Alcochete.
Não entenderão os pobres, com a barriga a dar horas, a complexa indigestão de tão magna decisão que causa tantos arrotos mas nem por isso alivia intensa prisão de ventre dos e das que também querem um cheirinho de tutano?
Não entenderão os pobres que no antigo Mosteiro de São Bento da Saúde a dita já foi à vida em busca de melhores ares?
Torçam os braços, entendam! Com tanto ar comprimido, deixem voar os e as que ponderam aterrar na decisão de comprar um porta-aviões barato, ou amarrado ao Bugio, opção 1, ou opção 2, igualmente vantajosa, fundeado nas Berlengas.
Nestas opções carecidas de estudo aprofundado (por consultores insignes em longa fila de espera para beijar sim-senhores dos e das que deles esperam a surpresa de lembranças) está a visão estratégica do laço entre gerações, pois em 2060, pouco antes ou depois, os e as hoje com fraldas mas futuros cinquentões, talvez sem estudos decidam mandar o porta-aviões para as bandas da Portela, afinal a solução de uma velha equação, a da Portela +1...
AMM
12 junho 2007
CP